A pensar num processo de internacionalização? O Interim Management é uma solução

António Pires de Lima, Co-fundador da Experienced Management

As oportunidades de uma expansão internacional são infinitas e o potencial de crescimento é atraente. Quando deve uma empresa ponderar sobre a decisão de um processo de internacionalização? Quando considera que maximizou a base de clientes no país; ou quando existe um retrocesso nos proveitos não passível de ser invertido no mercado interno; ou para acelerar o crescimento do negócio; ou para diversificar o risco ou… São várias as razões para uma decisão de multinacionalização do negócio. Hoje, o Mundo é muito mais pequeno que há 500 anos atrás. Na era da digitalização e da automação, tornar-se global para uma Start-up ou empresa é mais fácil do que nunca. Mas, tem ainda muitos desafios que importa avaliar, considerar, preparar e solucionar. O caminho para ser uma empresa internacional é difícil de navegar.

A decisão

O processo de internacionalização de uma empresa é uma decisão estratégica com implicações relevantes no quotidiano da organização, principalmente, no que respeita à afectação de recursos. A expansão internacional pode comprometer (e muito) algumas das principais áreas de negócio, como a Contabilidade e Financeira, a Comercial, o Serviço a Clientes, o Jurídico, …

Não se avança para a internacionalização de uma empresa ou de uma marca sem uma ponderação séria dos prós e contras da decisão, sem definir limites à exposição financeira e sem uma avaliação dos recursos humanos e financeiros existentes na empresa. É preciso delinear um plano estratégico e não táctico (sendo muitas vezes o que erradamente acontece), que deve considerar uma análise de mercado, a concorrência, a regulação e a conformidade com a lei, o plano de negócio,… entre outros elementos críticos.

Como decisão estratégica, tem de estar suportada pelo Conselho de Administração da empresa e deve ser acompanhada periodicamente pelo mesmo. Não é, pois, uma decisão de que possa ser responsável, unicamente, um Interim Manager. Mas, é um desenvolvimento em que o Gestor Interino pode participar desde o dia 1, quer seja na expansão de novos mercados, canais ou áreas especializadas; abertura de novos escritórios ou instalações de fabrico; ou numa grande aquisição ou fusão internacional.

A relevância

Feita esta introdução sei, por experiência própria, do valor acrescentado que uma contribuição de Interim Management comprometida pode ter num processo de internacionalização.

Os Interim Managers são líderes experientes que optaram por sair do mundo corporativo e o seu novo objectivo de vida é ajudar as empresas a crescer. Estes gestores possuem uma experiência vasta, geralmente com uma exposição global, apresentando uma capacidade de trabalhar a qualquer nível da organização, com sensibilidade cultural e com liderança e conhecimento operacional. Essa contribuição será tão mais relevante quanto maior for a experiência do Interim Manager em outros processos de internacionalização.

Qual é a mais-valia do Interim Manager?

– Conhecimento e exposição aos mercados para onde a empresa se quer internacionalizar, incluindo a concorrência

– Influência política e rede de contactos, bem com o conhecimento da estrutura administrativa do País de destino e da diversidade cultural

– Experiência na execução de processos de internacionalização, nomeadamente ao nível do conhecimento dos canais de comercialização

– Competências na atracção de talento humano, na sua motivação e gestão

Motivação, resultados e retribuição

Os Interim Managers não têm aspirações de carreira de longo prazo, são motivados por resultados e resultados. Assim, o alinhamento de um Interim Manager num projecto de internacionalização é essencial e relativamente fácil de assegurar: tipicamente, tem objectivos – comerciais e/ou de rentabilidade – bem definidos, pelo que a aplicação de uma metodologia de remuneração pode e deve incluir um success fee, sendo razoavelmente simples de aplicar.

Os Interim Managers aportam entusiasticamente sabedoria e as melhores práticas para uma organização, pelo que terminaria dizendo que a função de um Interim Manager não ficará completa se não deixar montada uma estrutura humana qualificada que assegure a continuidade e sustentabilidade do projeto. Esse trabalho implica a transferência do conhecimento e saber fazer para a equipa. Talvez, neste ponto recomende a determinação de um success fee em função dos resultados futuros nesse mercado.